sábado, 10 de maio de 2014

Ruínas do Forte de Madame Bruyne ou forte do buraco Esta estrutura foi erguida entre 1630 e 1632. Foi denominado como Forte Madame Bruyne ("Domina Bruninis") em homenagem à esposa de Johan Bruyne, integrante do Conselho de comissários que governou o Brasil neerlandês.

O Forte de Madame Bruyne ou Forte do Buraco, situado ao norte do Porto do Recife, é um ilustre desconhecido de muita gente.

Localizava-se no Istmo de Olinda e Recife, ao norte do Forte de São João Batista do Brum, distante meia milha deste. Atualmente suas ruínas ficam por trás da Escola de Aprendizes Marinheiros, ao norte da última barra do Porto do Recife, Praia do Istmo ou Ponta Del Chifre.

Originalmente, segundo os historiadores, era apenas um pequena fortificação denominada Guarita de João Albuquerque (SOUZA, 1885), estando situada de frente para a Barra Grande e em posição estratégica de defesa.

Entre 1630 e 1632 as forças holandeses ergueram no lugar da guarita um forte como um reduto de campanha para a defesa avançada do norte do Recife. Em 25 de junho de 1631 recebeu a denominação de Forte Madame Bruyne (Domina Bruninis) em homenagem à esposa de Johan Bruyne, integrante do Conselho de comissários que governou o Brasil holandês. A sua planta apresentava o formato de um polígono quadrangular regular, com quatro meio-baluartes nos vértices.

Sobre esta estrutura, Maurício de Nassau, no "Breve Discurso" de 14 de Janeiro de 1638, sob o tópico "Fortificações", informa:
"A tiro de mosquete deste hornaveque [do forte do Brum] fica um reduto que serve de guarda-avançada."
O "Relatório sobre o estado das Capitanias conquistadas no Brasil", de autoria de Adriaen van der Dussen, datado de 4 de Abril de 1640, complementa:
"[...] a um tiro longo de mosquete daí [do forte do Brum], está situado um reduto chamado de Madame de Bruyne, com uma boa paliçada em volta e no qual estão 2 peçazinhas forjadas, de bronze, de 6 libras. O fortezinho, que fica ao sul da cidade de Olinda está sendo reparado, de modo a comportar 15 a 20 homens de guarnição, com 4 a 5 canhões de ferro, de modo a que sirva de refúgio para a burguesia de Olinda no caso de ataque de campanhistas."
O Forte Madame Bruyne fazia parte do sistema fortificado de defesa da cidade, considerado um dos melhores do século XVII. Formavam este sistema, entre outros, o Forte do Brum e o Forte das Cinco Pontas.

Ele figura nos mapas de Frans Post (1612-1680) da Ilha de Antônio Vaz (1637), e de Mauritiopolis (1645. Biblioteca Nacional do Brasil), em pinturas de Gillis Petters e no mapa abaixo, de 1644:


Quando do assalto final ao Recife, em Janeiro de 1654, esta estrutura foi abandonada pelas forças neerlandesas a 17 de Janeiro.

As ruínas que hoje conhecemos datam do século XVIII, de acordo com portaria do governador, expedida ao provedor da fazenda real, em 17 de novembro de 1711, ordenando que mandasse por em praça a obra da reedificação do Forte do Buraco, que foi executada em alvenaria de pedra, com forma irregular de três faces retas e uma abaluartada, assumindo uma forma de trapézio. Neste período:
"[...] estava guarnecido por um Capitão, um Sargento, um Condestável (chefe de artilheiros), infantes destacados dos Terços do Recife, dez fuzileiros e dois artilheiros, e artilhado com vinte e duas peças, três de bronze e dezenove de ferro." (BARRETTO, 1958) 
Figura na coleção de "Mapas de vários regimentos da Capitania de Pernambuco", 1763, sob o título Forte de Santo Antônio dos Coqueiros do Buraco, mas desde a reconquista luso-brasileira era conhecido simplesmente como Forte do Buraco, cujo termo foi tomado por ficar fronteiriço ao lugar chamado Buraco do Santiago, hoje Tacaruna.

No século XIX, sofreu reparos em 1863, no contexto da Questão Christie (1862-1865). Poucos anos depois, em 1885, encontrava-se em precário estado de conservação, classificado como de 2ª Classe (SOUZA, 1885). Já no início do século XX o forte encontrava-se abandonado e em ruínas.
Ruínas do Forte do Buraco - 1906
Cartão postal de meados da década de 1930
As ruínas seguiram sem preservação e na década de 1950 encontrava-se assim:

Ruínas do Forte do Buraco - década de 1950
Em 1958 a Marinha do Brasil dinamitou e demoliu o forte, para a construção da Base do 3º Distrito Naval, tendo parte de suas pedras sido aproveitadas nas obras do prolongamento do porto do Recife. A base não chegou a ser construída e foi transferida para Natal (RN). Nas proximidades do monumento, a Marinha chegou a construir um dique seco que seria utilizado para o conserto de navios. A edificação não foi levada adiante e hoje serve de apoio para os pescadores da região. Desde então, o local foi abandonado, com o pouco que restou do velho forte.
"Infelizmente as ruínas da Fortaleza do Buraco já tiveram sua bem executada sentença de morte. Delas resta apenas uma como lápide melancólica dizendo: 'Aqui foi a Fortaleza do Buraco'. Foram essas ruínas sacrificadas às obras de expansão da Base Naval do Recife. Sacrifício parece que desnecessário. Inútil. Lastimável." (Gilberto Freyre, 1968)
No ano de 2000 o Conselho Deliberativo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) aprovou o tombamento das ruínas da fortificação. A fortaleza tinha sido tombada pelo Governo Federal em 1938 e foi destombada na década de 50 por solicitação da Marinha do Brasil. O Iphan tem em seu seu poder as pedras de inscrição que ficavam no portão do Forte do Buraco. As peças, datadas de 1705, foram doadas à instituição em 1962 pelo 3º Distrito Naval.


Estado atual das ruínas do Forte do Buraco

Mesmo assim o descaso com as ruínas do velho forte é patente. O acesso ao local para visitação é difícil e cheio de lixo e entulho.

Matriz do Corpo Santo Igreja do Corpo Santo, situada no antigo Largo do Corpo Santo, hoje Praça do Marco Zero, demolida em 1913. Este templo foi utilizado pela Igreja Reformada Holandesa (1635-1645), nela sepultado Carlos de Nassau, irmão do governador João Mauricio de Nassau

  Essa Igreja, no local da antiga ermida de Santelmo, o protetor dos pescadores, foi demolida em 1914, para dar lugar à ampliação do cais e modernização do atual bairro do Recife.
Ficava localizada nas imediações da atual praça Rio Branco, tendo à sua frente um largo, que tomava o nome de Corpo Santo.

  No dia 6 de março de 1913, com a presença das irmandades do Sacramento, dos Passos e do Rosário, rezou-se Missa, comungou-se e, por fim, o vigário, João Augusto, procedeu ao rito de consumir o SS Sacramento, que no dia seguinte seria transferido para a Igreja da Madre Deus, ainda hoje existente, na esquina com a Rua Vigário Tenório.
No ano seguinte, ao som do toque metálico das picaretas, a Matriz foi por terra juntamente com a Lingueta, a ,rua do Comércio, a rua da Cadeia e o Arco da Conceição, que ficava numa das cabeceiras da ponte Sete de Setembro, mais tarde também demolida para dar lugar a atual Maurício de Nassau.
    O mármore retirado da demolição foi aproveitado como meio-fio no calçamento do bairro do Recife reformado e ainda hoje pode ser visto por qualquer visitante.
    A devoção de Santelmo vem desde o início das "Grandes Navegações", quando o Santo, simbolizado no fogo azul, protegia os marinheiros do mar bravio. Por essa razão, essa foi uma das primeiras igrejas a serem construídas na cidade, tão logo aportaram aqui os colonizadores portugueses.


Praça da República ao Fundo Palácio do Campo das Princesas, Recife 1905


Reformas e Calçamento no Recife Antigo - Recife 1913.

Reformas e Calçamento no Recife Antigo - Recife 1913.

1. Observando as sombras das pessoas e o sol que bate nas casas ao fundo... Eles estão voltados para o lado nascente.
2. Apesar das modificações feitas nos anos seguintes, é muita coincidência essas 3 edificações (marcadas na foto) terem praticamente o mesmo padrão arquitetônico.
3. A foto foi tirada em uma "perna" de "Y".
4. O lado esquerdo, hoje seria a Associação Comercial e no lado direto a Caixa Cultural. Esses dois prédios foram construídos em 1918.

Tudo indica que essa rua que está sendo calçada seja a Barbosa lima, e aquela ao fundo seja a Bom Jesus.

Apipucos Recife notar trilhos e a Maxambomba ao fundo, trecho da Rua de Apipucos - Recife 1910.

Apipucos Recife notar trilhos e a Maxambomba ao fundo, trecho da Rua de Apipucos - Recife 1910.





Bairro de Apipucos acima a direita Faculdade Marista do Recife - Recife Década de 1930.







Maxambomba - Estação do Chapéu de Sol de Água Fria - Recife 10 de Setembro de 1909.

Esse abrigo ficava no largo do bairro de Agua Fria. Depois foi substituído por uma lanchonete em alvenaria, e que era a parada do bonde elétrico, linha de Beberibe. Era na Av. Beberibe