Por volta de 1920
Hoje em 2014, se observa a diferença, com tantos aterros a escadaria da igreja passou de 5 a 2 degraus, o prédio ao fundo já não existe mais, a rua virou causada e as casa de frente deu lugar a praça da independência .
A
Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento de Santo Antônio é um templo
católico do
Recife, em
Pernambuco, situado na Praça da Independência, sendo um dos mais significativos exemplares de arquitetura
barroca na cidade.
No local, hoje ocupado pela Igreja, antigamente havia
trincheiras construídas pelos invasores
neerlandeses, e a sua Casa da Pólvora. Um século depois de sua expulsão do
Brasil, o terreno então desocupado foi adquirido em
1752 pela
Irmandade do Santíssimo Sacramento, para construção de uma igreja. As obras foram concluídas em
1790.
A decoração do interior se estendeu até o
século XIX, com esplêndida obra de
talha principalmente na
capela-mor, além de painéis pintados de
Sebastião da Silva Tavares. A pintura e a douração foram realizadas por
Manuel de Jesus Pinto entre
1790 e
1805.
Características
A fachada é barroca, com rica ornamentação. O corpo central da igreja tem ao nível do solo três aberturas de entrada, em
arco abatido, com ombros e
lintel de
arenito, encimado por
florão em motivo de concha, sendo o vão central maior e emoldurado por um
frontispício relativamente discreto. As portas são de madeira entalhada com almofadões volumosos, típicos do barroco.
Acima das portas, janelões com decoração semelhante ao nível abaixo, mas com sacadas de ferro trabalhado e
caixilharia ornamentada, e sobre eles
óculos redondos sob
cornija saliente em arco triplo que delimita a base do
frontão. Este tem
empenas em
volutas, cruz e dois pequenos
pináculos no topo, e um
baixo-relevo incluso com forma de
ostensório.
Ladeando o corpo central, dois altos
campanários, com
pilastras
de pedra nas laterais, e cujas aberturas imitam as do centro do
edifício até o segundo nível, onde a cornija é já retilínea. Acima
desta, óculo em estrela, nova cornija, aberturas em arco redondo para os
sinos, e
coruchéu em bulbos octogonais superpostos, com pequenos pináculos nas quinas.
Penetrando-se no interior, de alta
nave única e cujo vão não inclui o espaço das torres, logo nos deparamos, sob o
coro, com um
pára-vento envidraçado e duas
capelas: a da direita, a da
Virgem da Piedade, com esplêndida moldura entalhada e douradamento no interior, e a da esquerda sendo o
batistério, com um quadro do início do século XIX -
O Batismo de Jesus - pintado por
José Elói, autor também da pintura dos painéis da igreja do
Mosteiro de São Bento, em
Olinda.
A nave possui vários altares laterais em estilo já
neoclássico, mas com estatuária ainda barroca, além de dois níveis de
tribunas, um grande lustre de cristal,
púlpito, painéis pintados e duas séries de bancadas no centro, separadas por
balaustrada dos corredores de circulação fronteiros às capelas laterais.
Das capelas chamam a atenção a da
Virgem das Dores, com uma imagem de Nossa Senhora com o coração trespassado por uma espada, aos pés de um grande e expressivo
crucifixo com a imagem do Senhor Morto rodeado de uma
glória e um
nimbo povoado de
querubins; o de
São Miguel, com uma bela imagem do
arcanjo e outras secundárias; o dos
Reis Magos, e o de
Nossa Senhora da Penha, com uma imagem da Virgem com o Menino de fino acabamento.
Mas o grande destaque na decoração interna é a capela-mor, com um altar de luxuriante talha
rococó
em estilo escalonado, como um trono para o Crucificado e o Santíssimo
Sacramento no topo, ladeados por nichos contendo as imagens de
Santo Antônio e
São Sebastião, tendo abaixo o
sacrário para o Santíssimo Sacramento, além de painéis pintados nas paredes laterais e mobiliário esculpido.
À direita, externamente à nave e alinhado com a torre, localiza-se o
cemitério. Nele estão sepultados os insurretos da
Revolução Pernambucana de 1817, e personalidades ilustres como o 2º
Barão de Utinga e
Jerônimo Vilela de Castro Tavares, poeta, político e jornalista.
Na
sacristia existem pinturas em painéis de parede, um
lavabo de mármore e uma grande
cômoda rococó, doada em
1794 pelo padre
Feliciano José Dornelas.