O banheiro publico em estilo Francês do século 18 existe ate hoje.
Ponte da Boa Vista Recife
Considerada a ponte mais típica e original do Recife, ela liga atualmente a rua Nova, no bairro de Santo Antônio, à rua da Imperatriz, na Boa Vista.
Sua origem é do tempo dos holandeses. Em 1640, o príncipe Maurício de Nassau mandou construir uma ponte por onde os moradores pudessem atravessar o rio Capibaribe, do continente para a ilha de Santo Antônio, e desta para o Recife, indo e voltando continuamente sem estorvo.
A ponte holandesa da Boa Vista, assim chamada por ligar o bairro da Boa Vista ao de Santo Antônio ia da frente do Palácio da Boa Vista, onde hoje se encontra o convento do Carmo, até a altura correspondente ao local onde foi construída depois a Casa de Detenção, atual Casa da Cultura.
Foi
construída em sete semanas, de madeira resistente e era guarnecida por
parapeitos, para que não detivessem o caminho do rio quando as águas
subissem, principalmente nas luas cheias. Segundo documento de 1699,
media 3.000 palmos.
Essa
primeira ponte da Boa Vista resistiu por um século, e poderia ter
resistido mais, se o governador da província de Pernambuco, Henrique
Luís Pereira Freire (1737-1746), não a tivesse destruído para construir
uma outra em local diferente, nos meados do século XVIII.
Essa
nova ponte, construída no mesmo local da que existe hoje, era também em
madeira e media 899 palmos de comprimento por 20 de largura. Passou por
vários reparos, sendo praticamente reconstruída pelo engenheiro Antônio
Bernardino Pereira do Lago, em 1815, quando recebeu gradis de ferro e
calçamento com seixos irregulares trazidos da ilha de Fernando de Noronha, além de varandas, de cada lado, onde foram colocados bancos de madeira.
Os bancos da ponte da Boa Vista ficaram famosos na cidade. Segundo Pereira da Costa, durante o dia eram ocupados por mendigos e à tardinha eram disputados pelos faladores da vida alheia, quando enterravam-se os vivos e desenterravam-se os mortos. Surgiu, inclusive, um periódico intitulado A Ponte da Boa Vista, cujo primeiro número circulou no dia 11 de junho de 1835, trazendo abaixo do título uma alusão aos apreciados e decantados bancos.Segundo Luis do Nascimento, A Ponte da Boa Vista publicou mais sete edições, em 1835, e mais seis no ano de 1836, todas anunciadas pelo jornal Diario de Pernambuco.
Em agosto de 1874, por ordem do então governador da província, Henrique Pereira de Lucena, o futuro Barão de Lucena,
foram iniciadas as obras de reconstrução da atual ponte da Boa Vista,
dessa vez com projeto do engenheiro Francisco Pereira Passos, que lhe
deu uma aparência mais moderna e menos provinciana.
Desapareceram
os famosos bancos. Com estrutura inteiramente metálica, fabricada na
Inglaterra, toda em ferro batido, a nova ponte foi inaugurada no dia 7
de setembro de 1876. Media 145,10 m de comprimento por 13,224 m de
largura, com duas passarelas laterais de 2 m de largura, destinadas aos
pedestres, e um vão central para veículos e animais, medindo 7,70 m. Com
a aparência de uma ponte ferroviária é muito semelhante a Ponte Nova,
de Paris, construída, em 1578, no reinado de Henrique III.
Existem
nas suas quatro pilastras de entrada, diversas inscrições que registram
datas e fatos históricos relevantes de Pernambuco e do Brasil, como a
invasão dos holandeses (1630); as Batalhas das Tabocas, de Casa Forte (1645)
e dos Guararapes (1648-1649); a restauração de Pernambuco (1654); a
Guerra dos Mascates (1710); a Revolução de 1817; a Confederação do
Equador (1824); a abdicação de Pedro I e início do reinado de Pedro II
(1831).
Durante
as décadas de 1940 e 1950, a ponte era um local importante na vida
social da cidade. Pelas suas passarelas laterais desfilavam as últimas
versões de vestidos, chapéus e maquiagens. Surgiram também os fotógrafos
doretrato instantâneo, que ofereciam seus serviços e faziam ótimos negócios. Na época, as máquinas fotográficas ainda eram uma novidade.
Parcialmente
destruída pelas enchentes do rio Capibaribe em 1965 e 1966, a ponte da
Boa Vista foi restaurada, em 1967, na gestão do então prefeito Augusto Lucena.
A restauração, no entanto, a descaracterizou um pouco. O Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) embargou a obra, porém
suas passarelas já haviam sido alargadas, seus pilares unidos por um
revestimento de concreto até o nível da água e toda a estrutura do
lastro inferior já havia sido concretada.
Recife, 24 de maio de 2005.
FONTES CONSULTADAS:
COSTA, Francisco Augusto Pereira da. Anais pernambucanos, 1635-1665. Recife: Arquivo Público Estadual, 1952. v.3, p.147-150.
______. A ponte da Boa Vista. Almanach de Pernambuco, Recife, ano 6, p.8-83, 1904.
FRANCA, Rubem. Monumentos do Recife:
estátuas e bustos, igrejas e prédios, lápides, placas e inscrições
históricas do Recife. Recife: Secretaria de Educação e Cultura, 1977.
382p.
GONÇALVES, Fernando Antônio. O Capibaribe e as pontes:
dos ontens bravios aos futuros já chegados. Recife: Comunigraf;
Prefeitura da Cidade do Recife, 1997 86p. (Retratos do Recife).
NASCIMENTO, Luiz do. História da imprensa de Pernambuco, 1821-1854. Recife: UFPE, 1969. v.4-Periódicos do Recife, 1821-1850, p.135-137.
PARAHYM, Orlando. Algumas pontes do Recife. Separata da Revista do Departamento de Cultura, Recife, n.8, p. 135-149, dez. 1973.
SILVA, Virgínia Barbosa da. Algumas pontes do Recife. Recife:
UFPE. Departamento de Ciência da Informação, 1999. Trabalho da
disciplina Informação em Biblioteconomia, apresentado à professora Gilda Verri.
(Texto atualizado em 10 de outubro de 2007)
COMO CITAR ESTE TEXTO:
Fonte: GASPAR, Lúcia. Ponte da Boa Vista. Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/>. Acesso em: dia mês ano. Ex: 6 ago. 2009.
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